Conhecendo a equipe TOnoSUAS
Descrição da imagem: No fundo branco está centralizado um
círculo laranja escuro. Dentro do círculo, o contorno na cor preta de 3 pessoas
se abraçando, e acima o título “A equipe TOnoSUAS” em laranja. #PraTodosVerem
Conhecendo
a equipe TO.noSUAS
Atuo como
terapeuta ocupacional do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia
Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) desde
2010, compondo as atividades de ensino, pesquisa e extensão no campo da Terapia
Ocupacional Social junto às docentes Marta Carvalho de Almeida e Denise Dias
Barros (aposentada em 2015) e à colega terapeuta ocupacional Debora Galvani
(docente da UNIFESP Baixada Santista desde 2017).
Meus
primeiros contatos com o campo da assistência social e com as questões
pertinentes à área se deram por meio das atividades de extensão do curso de
graduação em terapia ocupacional, desenvolvidas, naquele momento, no bairro Butantã
(zona oeste da cidade de São Paulo) – onde está situada a Universidade de São Paulo
(USP). Concomitantemente, integrando
o núcleo USP da Rede Metuia – Terapia Ocupacional Social[1],
participava ativamente do processo de discussão e negociação junto ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) sobre
quem eram os trabalhadores do SUAS. A mobilização resultou na publicação, em junho de 2011, da Resolução nº 17 do CNAS (BRASIL, 2011) -
reconhecendo a terapia ocupacional como profissão que pode integrar as equipes
de referência do SUAS, bem como a compor os cargos de gestão (Marta Carvalho de
ALMEIDA et al., 2012[2]).
Diante de
tamanha conquista, tornou-se ainda maior a necessidade de formação de
terapeutas ocupacionais capacitados a atuarem nos serviços, programas e
projetos do SUAS. Desse modo, a profa. Dra. Marta Carvalho de Almeida e eu,
temos nos dedicado a desenvolver ações e reflexões sobre a terapia ocupacional
na assistência social, tendo como base os pressupostos da Terapia Ocupacional
Social.
A parceria
com o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do Butantã teve início
em 2010 e resultou em uma gama de ações no âmbito do Programa
de Erradicação do Trabalho Infantil (2010-2014)[3]; do
Serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias (2010-2015); do Acompanhamento
de Idosos vítimas de violência (2011-2012) e do PróJovem Adolescente
(2011-2013).
Nos anos de
2013 e 2014, a oferta do curso de Especialização “Terapia Ocupacional:
campos de intervenção e perspectivas de inovações da prática”, permitiu que
as parcerias fossem ampliadas, a fim de subsidiar as ações específicas do
núcleo “Terapia Ocupacional com ênfase no campo social”. Nesse contexto, estreitamos
as relações com serviços e projetos voltados aos adolescentes e jovens, tanto
nos Serviços de Medida Socioeducativas em Meio Aberto (SMSE-MA) quanto na
proposição de um projeto sobre Protagonismo Cultural Juvenil na Periferia de
São Paulo (2014-2015) (Marta Carvalho de ALMEIDA et al, 2015[4]).
Na
sequência, a parceria com o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
(SCFV) (2015 – 2017) também se configurou como possibilidade de aproximação dos
adolescentes para o desenvolvimento de projetos voltados à prevenção de
situações de risco.
Por fim,
desde 2018 temos desenvolvido atividades de ensino, pesquisa e extensão junto a
adolescentes e jovens em parceria com um Serviço de Medida Socioeducativa em
Meio Aberto (SMSE-MA) da zona sul da cidade de São Paulo.
Os anos de
parceria com diversos serviços e projetos do SUAS possibilitaram-me o contato
estreito com usuários, usuárias, trabalhadores e trabalhadoras e evidenciaram a
gradativa diminuição e escassez dos recursos materiais e humanos para o
desenvolvimento das diferentes ações previstas no campo da assistência social.
Essas ponderações estimularam o desejo de colaborar com a reflexão sobre o
trabalho social com famílias no SUAS e motivaram a realização das pesquisas de
mestrado[5] e
de doutorado[6], ambas realizadas no Instituto
de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).
Desde 2020,
a participação na Comunidade de Práticas em Terapia Ocupacional no SUAS e na
equipe do blog TO.noSUAS tem se caracterizado como uma oportunidade ímpar de
ampliar o diálogo e as trocas com terapeutas ocupacionais, estudantes e
docentes interessadas a discutir e refletir sobre a terapia ocupacional na
assistência social.
Texto escrito por: Carla Regina Silva Soares.
[1] A Rede
Metuia – Terapia Ocupacional Social é um grupo interinstitucional (USP, UFSCar, UNIFESP Baixada
Santista, UFES, UnB, UFPB/UNCISAL) que
realiza pesquisas, extensão de serviços à comunidade e ensino de graduação e
pós-graduação em Terapia Ocupacional Social.
[2] ALMEIDA,
Marta Carvalho de; SOARES, Carla Regina Silva; BARROS,
Denise Dias; GALVANI, Debora. Processos e práticas de formalização da Terapia
Ocupacional na Assistência Social: alguns marcos e desafios. Cadernos de
Terapia Ocupacional da UFSCar, v. 20, p. 33-41, 2012.
[3] SOARES, Carla
Regina Silva; ALMEIDA, Marta Carvalho de. Terapia ocupacional
social e a erradicação do trabalho infantil: o desafio de articular proteção
social e autonomia. In: Roseli Esquerdo Lopes; Ana Paula Serrata Malfitano.
(Org.). Terapia Ocupacional Social: desenhos teóricos e contornos práticos.
1ed. São Carlos: EdUFSCar, 2016, v. 1, p. 275-295.
[4] ALMEIDA, Marta
Carvalho de; SOARES, Carla Regina Silva; BARBOSA, Ana Terra dos Santos;
KAZANJI, Danielle Peralta; LIMA, Mariana Silva; PRADO, Pérola. Novos olhares
para a juventude: descobrindo caminhos. Cadernos de Terapia Ocupacional da
UFSCar, v. 23, p. 863-870, 2015.
[5] SOARES, Carla Regina
Silva. Relações entre família,
políticas de assistência social e vulnerabilidade social: um estudo a partir de
entrevistas com mulheres usuárias do SUAS. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Instituto de Psicologia da
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2015. 162 p.
[6] SOARES,
Carla Regina Silva. O Trabalho
Social com Famílias no SUAS: uma experiência de pesquisa-ação com trabalhadoras
de CRAS na cidade de São Paulo. Tese (Doutorado) - Programa
de Pós-Graduação em Psicologia Social) -- Instituto de Psicologia, Universidade
de São Paulo, 2021. 246 f.
Comentários
Postar um comentário