Como é ser um menino negro cumprindo medidas socioeducativas?

 


Descrição da Imagem: Fundo verde claro, com elementos de cores laranja e verde escuro ao redor. Ao lado direito, um quadrado laranja escrito: "Como é ser um menino negro cumprindo medidas socioeducativas?". Ao lado esquerdo a imagem de quatro jovens negros, com uma favela ao fundo, ao centro uma mão de uma pessoa negra fechada como símbolo de luta. Abaixo escrito: "Ilustração realizada por Ervelley Moreira Cardoso dos Santos - A vitória dos pretos já tá pra chegar". #Paratodosverem

 


Imagem Elaborada pela autora do TCC parte integrante de sua pesquisa.

Descrição da Imagem: Contém os escritos Como é ser um menino negro cumprindo medidas? Essa pergunta é para você! Você topa me ajudar a construir essa resposta? Essa pergunta está vinculada a uma pesquisa do departamento de terapia ocupacional da UFSCAR. Essa pesquisa é para entender melhor a sua realidade, para que as pessoas possam ver você de outra forma, e possam entender quais as batalhas que você enfrenta por ser você. Assim como música apresenta para pessoas que nunca passaram por isso uma nova realidade e uma chance de pensar sobre ela, essa pesquisa será publicada para que a sua história e de outros meninos seja vista de outra forma. Essa pesquisa é em nome de mundos melhores! No centro a imagem de um adolescente negro de cabelo amarelo, óculos escuros segurando um livro na posição de leitura, com desenhos de quadros ao fundo sendo um deles com os dizeres “Se for vá na Paz” e por último está escrito Como é ser um menino negro cumprindo medidas? #Paratodosverem


Esta postagem tem como objetivo divulgar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “IN MEMORIAM DA LIBERDADE: História comum de jovens negros em cumprimento de medidas socioeducativas” realizado pela estudante de terapia ocupacional Alice Bispo Fernandes de Andrade, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). A pesquisa foi concluída no ano de 2021 e teve a orientação da Profa. Dra. Maria Fernanda Barboza Cid e Co- orientação da Profa. Dra. Leticia Ambrosio.

Neste estudo, o racismo é compreendido como importante elemento de discriminação e racialização dos corpos jovens e masculinos, tornando assim, a experiência de vida direcionada à marginalização e estigmatização criminal. Neste trabalho, buscou-se compreender e analisar como as questões em torno da raça e da masculinidade atravessam a história de jovens em cumprimento e egressos de medidas socioeducativas.

Ilustração realizada por Ervelley Moreira Cardoso dos Santos – A vitória dos pretos já tá pra chegar

Descrição da imagem: Quatro jovens negros (um com expressão de pensamento, um dando joia com a mão, um batendo continência e um levemente sorrindo), com uma favela ao fundo, ao centro uma mão de uma pessoa negra fechada como símbolo de luta. #Paratodosverem

A metodologia utilizada foi a história oral e contou com a participação e coprodução de quatro jovens. Após o aprofundamento das entrevistas, chegou-se a três temáticas que foram descritas e analisadas:

I. Pega a visão que o menor vai fala: Como é ser um menino negro?

II. Toda positividade remando contra a maré: Programa de Medidas Socioeducativas em meio aberto (PMSE) e família como rede de suporte e apoio;

III. Sempre com os pés no chão, progresso vai chegar: sonhos e o lugar de si.

A partir dos resultados é possível compreender a raça e a masculinidade negra como marcadores nas experiências de mundo dos meninos bem como no julgamento das medidas socioeducativas. E diante de tantas violações do corpo jovem negro no mundo, o Programa de Medidas Socioecucativas (PMSE) e a família surgem nas narrativas como pontos de suporte, apoio e participação social. A pesquisa também aponta para a importância da viabilização de espaços e mecanismos para que os jovens negros possam contar suas próprias histórias.

O trabalho pode ser lido na integra através do link:

https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/15245

Texto escrito por: Alice Bispo Fernandes de Andrade e Larissa Mazzotti Santamaria

Referência:

AMBROSIO, L. Raça, gênero e sexualidade: uma perspectiva da terapia ocupacional para as corporeidades dos jovens periféricos. 2020. 165 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2020.

 



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