REFLEXÕES INICIAIS SOBRE A PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA E A TERAPIA OCUPACIONAL
Descrição da imagem: Em um fundo amarelo claro tem-se no
canto superior esquerdo e no canto inferior direito um triângulo verde escuro.
Ao centro, o título animado na cor laranja “A Proteção Social Básica e a
Terapia Ocupacional”. Abaixo do título tem-se 3 desenhos, sendo dois deles de
pessoas com caixas de diálogo, uma vazia e outra com um ponto de interrogação,
e o último um balão de diálogo com um ponto de interrogação dentro. Abaixo, o
nome da autora “Por: Gleicy Ane Brandão”. #PraTodosVerem
A Proteção Social Básica (PSB) é um dos níveis de proteção
social ofertado pelo SUAS e tem por objetivos a prevenção de situações de
risco, através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e o
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários (BRASIL, 2017).
Tem como público alvo a população que vive em situação de
vulnerabilidade social decorrente de diversos fatores e da fragilização de
vínculos. A PSB prevê a oferta de um conjunto de ações, sendo classificadas em
serviços, programas, projetos e benefícios de Assistência Social (BRASIL, 2017).
A partir da implantação da Política Nacional de Assistência
Social (PNAS), terapeutas ocupacionais historicamente inseridos no campo da
assistência social, vislumbraram a oportunidade de oficialização da sua atuação
nos espaços de execução da política pública, participando de debates junto ao
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) (Marta Carvalho de ALMEIDA et
al, 2012).
A organização dos terapeutas ocupacionais teve forte impulso
a partir de agosto de 2010, por meio de uma consulta pública sobre a Norma
Operacional Básica do Sistema Único Assistência Social 2005 (Brasil, 2005),
quando participaram ativamente da revisão do documento proposto pelo CNAS (ALMEIDA
et al, 2012).
Naquele momento, a ABRATO - Associação Brasileira de
Terapeutas Ocupacionais em conjunto com o projeto METUIA, elaborou o documento
“Terapia Ocupacional na Assistência Social”, com objetivo de subsidiar e
delinear as principais ações dos terapeutas ocupacionais na assistência social
(ALMEIDA et al, 2011).
Na Proteção Social Básica, as ações dos terapeutas
ocupacionais são pautadas no território, que não se caracteriza apenas por um
espaço geográfico de determinada região, mas considera tudo o que a envolve,
como o contexto social, histórico, econômico e etc. Sendo assim, os serviços
ofertados devem se aproximar de seu espaço físico e subjetivo (Patrícia Leme de
Oliveira BORBA et al, 2017).
Os terapeutas ocupacionais desenvolvem parcerias tanto com
os próprios equipamentos de Assistência Social quanto com outros serviços
ofertados no território, podendo utilizá-los como porta de entrada de suas
intervenções; acolhem demandas advindas do contexto extra institucional, nos
espaços de convivência cotidianos; e intervém através do acolhimento,
utilizando abordagens focadas nas pessoas e coletivos que se encontram em
fragilidade ou rompimento em suas redes de apoio, realizando orientação e
educação sobre assuntos pertinentes às vivências na comunidade (BORBA et al,
2017).
Na Proteção Social Básica o terapeuta ocupacional pode
intervir com os usuários por meio de intervenções individuais ou coletivas, em
todas as fases da vida, formulando estratégias que objetivam a prevenção da
ruptura de vínculos familiares e comunitários, promovendo o desenvolvimento das
redes de suporte e de trocas afetivas, sociais e econômicas entre os
participantes, ampliando assim, sua capacidade protetiva (ALMEIDA et al,
2011).
O profissional pode fazer uso de atividades de expressão,
lúdicas, artísticas e significativas como recurso para favorecer as trocas
relacionais e afetivas, familiares e grupais; o acesso ao âmbito educacional,
de lazer e cultural, dentre outras (ALMEIDA et al, 2011).
Sendo assim, o terapeuta ocupacional deve se comprometer com
a realidade local e as demandas específicas de cada usuário ou coletivo,
realizando estratégias que promovam maior proteção social, observando o
contexto social e as mazelas impostas à sociedade.
Texto por: Gleicy Ane Brandão Araújo
Referências:
- ALMEIDA, Marta Carvalho de; SOARES, Carla Regina Silva; BARROS, Denise Dias; GALVANI, Debora. Terapia Ocupacional Social: notas acerca das ações na Assistência Social e para o desenvolvimento comunitário. In: CHAGAS, J.N.M; BARROS, D. D.; ALMEIDA, M. C; COSTA, S. L. (Org.). Terapia Ocupacional na Assistência Social (SUAS). 1ed.Rio de Janeiro: CREFITO 2, 2015, v. 2, p. 6-8.
- ALMEIDA, Marta Carvalho de; SOARES, Carla Regina Silva; BARROS, Denise Dias; GALVANI, Debora. Processos e práticas de formalização da Terapia Ocupacional na Assistência Social: alguns marcos e desafios. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 20, n. 1, p. 33-41, 2012.
- BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Orientações técnicas: Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas. Brasília, DF: MDS, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2017.
- BORBA, Patrícia Leme de Oliveira et al. Entre fluxos, pessoas e territórios: delineando a inserção do terapeuta ocupacional no Sistema Único de Assistência Social. Cadernos de Terapia Ocupacional. UFSCar. São Carlos, v.25, n. l, p 203-214, 2017.
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